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domingo, 3 julho, 2022
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Inicial Conversa com meu pai

Conversa com meu pai. Brincando com a Carolzinha.

Marcelo Ramos por Marcelo Ramos
em Conversa com meu pai

Olá, meu velho. Faz tempo que não falamos. Saudades de você. Aquela saudade boa que você já conhece. Saudade sem egoísmos, sem contrariar os desígnios de Deus.

Pai. A vida é feita de sinais, nós é que muitas vezes não percebemos. Nos entregamos a nossa rotina. Supervalorizamos o trabalho e os bens materiais e, muitas vezes, não conseguimos perceber os sinais de amor e felicidade que estão ao nosso lado, nos nossos filhos e na nossa família.

Hoje, tive um desses sinais.

Sai de casa antes das 6 da manhã e a sua neta Marcelinha ainda estava dormindo. Passei rápido para almoçar e ela estava na soneca da tarde. Quando sai de casa a tarde já planejei que precisava chegar antes dela dormir, já que ontem sai e cheguei com ela já dormindo.

Terminei meu trabalho, fiz meu treino da noite e ia tomar banho na academia, mas percebi que isso poderia significar chegar em casa quando a Marcela já estivesse dormindo. Mudei de ideia, meu velho. Vim pra casa.

Abri a porta de casa e ela correu para me dar um abraço. Deitei no chão da sala e ela abriu um largo sorriso, daquele que muitas vezes o senhor deve ter visto no meu rosto quando eu era criança. Brincamos um pouco. Foi o primeiro sinal.

Logo depois a Juliana enviou para mim um vídeo. O vídeo começava com pais dando depoimentos de como os avós “estragavam” os netos fazendo tudo que eles desejavam. Mas depois, os mesmo pais que fizeram esses depoimentos, assistiram o depoimento dos avós.

Eles lamentavam que quando seus filhos eram crianças tinham pouco tempo para eles e que agora, aposentados, podiam compensar um pouco o tempo perdido no passado dedicando-se aos seus netos. Os pais choravam e perceberam que gestos e amor e afeto não “estragam” crianças. Era um novo sinal.

Lembrei de ti. Fiquei te imaginando brincando com o Gabriel e com a Marcelinha. Fiquei te imaginando ansioso pela chegada do José Umberto – pai, sempre desejei te fazer essa homenagem e o seu novo neto terá o seu nome, Umberto, assim mesmo, sem o “h”.

Fechei os olhos, como sempre faço quando quero te ver. Você estava ali sentado na sala, com sorriso largo e brincando com uma criança. Mas não brincava com o Gabriel, nem com o Marcelinha e nem com o José Umberto. Você brincava com a Maria Carolina, minha filhinha que Deus fez anjo com apenas três meses de vida e que hoje vive ai ao seu lado com seus 11 anos.

Depois de anos pude entender que a Carolzinha veio cumprir a sua missão aqui na terra e voltou para ser a sua neta e te dar o prazer e a alegria de ser avó.

Vocês brincam na sala. Você, meu velho, volta a ser criança ao lado dela. Eu, fico aqui parado admirando essa festa de amor puro. Admirando um homem que teve pouco tempo pra ser pai e que merecia a chance de ser avó.

Meu velho, estou muito emocionado. Sempre quis te ver brincar com os meus filhos e nunca pude ver porque sempre fechei os olhos e procurei você com o Gabriel ou com Marcela. E você sempre esteve aqui brincando com a Maria Carolina.

Eu posso sentar com vocês? A Carolzinha virou uma mocinha linda. Olhos muito negros, pele morena, sorriso largo. Eu nunca tinha ouvido a voz dela, é doce.

  • Minha filhinha, papai nunca vai te esquecer.Eu sei que passamos tão pouco tempo juntos. Mas não houve e não haverá um dia sequer que você não esteja no meu coração e na minha lembrança.

Pai. Lembrei de uma foto antiga, quando ainda morávamos no pequeno apartamento da Ica Paraíba. Você deitado na cama com as pernas pro ar e eu deitado sobre a sua barriga.

Vamos deitar juntos. Imitar aquela foto. Sei que já estou bem grandinho pra deitar na sua barriga. Mas coloque a cabeça da Carolzinha encostada em você. Eu vou deitar ao teu lado. Assim. Abraçar-te. Teu abraço tem o cheio das rosas daquela roseira que plantaste no jardim que não existe mais na nossa casa.

A Carolzinha tem cheiro de dia, a voz dela tem som de vento e o olhar dos seus grandes olhos negros pode falar com a minha alma.

Estamos felizes. Rolando no chão como crianças. Nesse momento, somos crianças. Já disse que crianças são a perfeição do projeto de Deus para a humanidade.

Quanta saudade, Carolzinha! Sua irmãzinha costuma dizer: Pai, te amo tudo! Dessa vez sou eu que quero te dizer: Te amo tudo, minha princesinha.

Já disse também em outra conversa nossa que o tempo é uma ilusão, que sempre pensamos que temos mais do que realmente temos e que quando deixamos coisas do amor pra depois, geralmente, o tempo nos trai.

Não quero nunca mais deixar pra depois o deitar na sala com vocês, o largar o trabalho e correr pra casa só pra ver meus filhos acordados. Só pra ter o direito de brincar com vocês.

Deixa o José Umberto nascer e vamos elevar nossos corações para que possamos um dia brincar todos juntos. Nesse dia eu serei o homem mais feliz do mundo.

Sempre chega a hora de ir embora. Dessa vez não sinto vontade de chorar. Quero rir com vocês dois. Vamos fechar os olhos. Vamos nos abraçar.

Posso sentir. Há uma mão forte e pesada sobre meu obro. Há uma mão pequena, leve e suave sobre o outro obro. Posso vê-los, senti-los. Posso ouvir a respiração intensa de vocês.

Também vou sentir saudades. Mas estamos sempre juntos. Sempre que fecho os olhos e penso em vocês, vocês estão aqui.

Beijos, a sua benção, pai. Beijos, Deus te abençoe, minha filha. Vamos nos despedir com o sorriso no rosto. Amo vocês. Nunca mais vamos perder a hora de brincar…

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Marcelo Ramos

Marcelo Ramos

Advogado pós-graduado em Direito Processual Civil, ex-deputado estadual e autor dos livros “Nossa Luta Diária” e “Velho Baú”.

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A Janela encantada é um site criado pelo deputado Federal Marcelo Ramos, inspirado no poema A Janela Encantada, do escritor amazonense Thiago de Melo.

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