Sobre a mesa uma lágrima
É um segundo adeus
Mãos largam lentamente
Como a água do mar que molha a areia da praia
E volta para o seu imaginável destino
Uma lágrima que cai
O encarnado dos olhos
Pontos de interrogação.
Por que vestes vermelho?
E essa barbicha?
Se ainda te amo?
Loucamente de um amor sem fim
O que mudou?
Tudo mudou. Só o amor restou.
Caminhamos pela Muralha
Para o desencontro do corpo
Sem que a alma um dia pudesse desencontrar
Se ao menos um dia eu não te visse
Se ao menos um dia eu não chorasse por ti
Se ao menos um dia a saudade me esquecesse
E vivemos louca e intensamente
E choramos
E sorrimos
E gritamos
E experimentamos prazeres
E descortinamos segredos
Houve a primeira vez que ti vi
Eu te abracei com um abraço sem fim
Eu senti teu amor puro
E com a quentura de amor também sem fim
Houve encanto na primeira vez que te vi
Você não vestia vermelho
Eu podia ouvir, tocar, beijar, amar…
Eu não te deixaria ir
Não haveria despedidas
É assim foi…
Porque histórias de amor se contam do avesso
Marcelo Ramos