Vou remexer aquele velho baú,
Tirar a poeira dos álbuns,
Organizar as fotos,
Com elas as lembranças
E esquecimentos daqueles dias.
Velhas cartas recheadas de saudades,
Tolos poemas adolescentes,
Sobre quais pingos de lágrimas,
De amores perdidos,
E a pétala de uma rosa que nunca chegou às mãos amadas.
Vou revirar tudo,
Surgirão conchas de além-mar,
Moedas recolhidas pelo caminho,
Mapas de lugares desconhecidos,
Marcados de pegadas de meu pai,
Sujos de terras distantes,
Indicando pra tesouros imaginários,
perdidos nos esconderijos da alma.
No velho baú revirado,
Encontrarei rabiscos de uma nova história,
Uma mecha de cabelo, talvez minha, talvez não,
No canto escondido e empoeirado um convite de formatura,
Molhado do suor do saber,
Rasgado na foto dos amigos de escola,
Pintado com as cores de lembranças vãs.
Uma foto da primeira comunhão,
Um anel,
Uma moeda,
Um cheiro,
Uma dor.
Tudo acharei por lá.
Um pequeno bilhete,
Dizendo: “Eu te amo”,
Um papel que fala aos ventos,
Um amor sem egoísmo,
Pra amados sem face.
Melhor fechar o velho baú,
Devolver as lembranças ao seu canto.
Retomar a caminhada…
Vá…
Eu preciso deixar-te ir Ainda que exista amor, eu preciso… O amor é belo como um pássaro E, como um...